UNIVERSO DE LETRAS

UNIVERSO DE LETRAS
Teatro das cores iniciais. A VIDA escapa da morte na beirada do caos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“MISTÉRIOS EM SEIS LADOS”

MAÇONARIA “MISTÉRIOS EM SEIS LADOS”

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma.
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até o fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.”
Fernando Pessoa

A entrada no castelo da perfeição
não é feita por convite, pela beleza ou riqueza.
Há que se ter lapidação da alma
 
e do templo em construção.
O homem deve ser como a pedra polida
 
nascer bruto, multifacetado e instável
e buscar seu polimento na luz e na harmonia,
perceber as impressões sensoriais,
concluir o hexagrama da natureza
arquitetar seus detalhes
e desenvolver sua escultura em sangue, suor e pureza.
Como adentrar os mistérios do cubo de seis faces?
Como alcançar o elevado nível dos mestres da luz?
O universo não brinca no entorno das estrelas.
A união dos quatro elementos guarda toda a sabedoria,
a prudência da estrela de Davi
a prontidão do selo de Salomão
a perfeição das asas de Deus
a ligação do divino ao celeste,
este é o caminho difícil a ser trilhado noite e dia:
é o grande segredo da maçonaria.
O Grande Arquiteto respira seus incompreensíveis enigmas.
O lado ZERO, estagnado, o verbo sem palavras,
O lado UM, manifestado em sílabas desconexas
Heliocêntricas e periféricas.
Se não há resposta imediata, há polaridade no lado DOIS,
Se nada se sabe do segredo, o lado TRÊS,
eleva-nos aos degraus vazios
e revela a consciência do nosso medo.
As forças resultantes do direção do aprendiz e
do companheiro
interrogam e espantam nossos mestres,
o lado QUATRO:
é o momento da morte e da vida do homem verdadeiro.
Os pássaros estão maduros para um vôo mais profundo
e o lado CINCO
é a interação da verdade do homem com o mundo.
Não desvendamos sequer nosso primeiro instante,
a iniciação…
Mas o sábio já percorre o labirinto do tempo,
o lado SEIS,
a natureza vibratória do universo
a perfeição da natureza de cada ser
a física ilimitada dos anjos
a subida e a estrada já percorrida,
o mestre perfeito, o fim do medo
e o recomeço da vida.


domingo, 25 de setembro de 2011

MUSAS


Ela sorri enfeitada como fada
Lança fama aos céus como labaredas de vulcão.
Ela chora e dança indomável pelo infinito
Abre asas ao tempo estranha tentação...

E o gosto intenso de sua oral intimidade
Beija a nudez clara e corpórea da sua encantada felicidade.
Elejo o mundo magnífico ilógico
O aroma das rotas paralelas dispersa ou difusa
O poder enjeitada do brilho da velha musa.
Quando a lágrima pintada deita sem razão
O amor relampeja ao limiar da perfeição.

O que falta escrever digo à lua...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CACHOEIRA DE GUARÁ


CACHOEIRA DE GUARÁ

A velha cachoeira de Guará
marcou passo a passo
o compasso
e a espera
das minha ingênuas primaveras.

Nas pedras lavadas
do rancho
deserto
o certo e o incerto
sombreavam-se
no desenho das águas.

Minha juventude ainda dorme
em busca dos meus sonhos
de menino.
Minha velhice ainda conspira
com os fantasmas da represa
em suas imagens certeiras:
do Peixe na telha
e da mandioca frita
 na sombra do Dourado fisgado no anzol.
Deslizam-me os pensamentos
sobre as tarrafadas no final da tarde
onde nossos corpos queimavam-se ao sol.

Enquanto isso as águas frias do rio Sapucaí
banhavam a beleza da rica piracema...
E neste filme de antigas cenas
sobre Guará e suas telas serenas,
sinto saudades dos amigos,
apenas!

as sombras são claras

Toda sombra é pura. Vive numa linguagem direta, escura e fria. Ela está no meio da floresta, no meio da fogueira e na intensidade da estrutura. O sorriso das coisas está colocado no plural de suas próprias sombras... as águas do rio corrente são indefinidas e raras e por elas escorrem minhas sombras tão claras onde vazam por entre meus dedos poemas quentes e verdadeiros. Meus pensamentos são como setas certeiras vagando luzes por trevas escuras e sombrias. Sombras me acompanham fielmente belas.

sábado, 3 de setembro de 2011

PALAVRAS INCOMPLETAS


PALAVRAS INCOMPLETAS

O limiar do poema alcança o coração de cada um de nós
voa entre montanhas
voa pra mim
e agora vai mais longe...
faz morada no seu sentimento.

Abrem-se as portas, as janelas e os olhos
e a poesia vai perseguindo distâncias
abandonando cidades desertas
e agora, com a mente completamente aberta
desperta
entre as estrelas da eternidade do fim.

Rangem-se os dentes,
 escrita  perfeita desde o princípio dos tempos.

O homem mais bruto teve sua origem
vasculhando princípios
perpetuando raízes
justificando  a invisibilidade das palavras,
 valor da existência de cada um de nós.

Sinto no ar a rugosidade das palavras escritas
adentra meu ser
aguça minha percepção
e a sensibilidade da minha alma.

As palavras vieram para mim
na evidência da confluência
dos universos paralelos
sobreviveram as rimas,
os versos singelos
e os encantamentos
das belezas das atrizes e das obras-primas.

Em meu peito uma aflição
debruçada no tempo
como o feto que desesperadamente quer nascer no solo quente
úmido
e a liberdade é alcançada no acaso.

Distraio-me às vezes olhando os ponteiros do relógio
a lua sublinha sempre o grande movimento
e da caneta escapam versos
 detonam cores do espectro universal.



Meus lábios regem os elementos
sangram poemas pelos cantos da boca,
inexplicáveis temas
tudo que falta ainda dizer
enigmas e matérias em  forma teatral.

Tento ainda num gesto brusco
derrubar o silêncio
modificar a magia que emana das formas existentes.

Será que as próximas perfeitas gerações
escreverão o texto que nunca termina
ou concluirão o poema
ou distribuirão emoções
e através dos próprios fragmentos,
crônicas, idéias e declarações,
irão completar o poema da vida?

O que falta ainda dizer está no polimento das pedras...



sexta-feira, 3 de junho de 2011

O INSTANTE DO GOL

O INSTANTE DO GOL 
Sei exatamente como nasce o momento do grito
entre a confusão das cabeças
entre o corpo e a carne
o autêntico silêncio instantâneo e o apito...
 
Contextualiza-se o drible
antes do intento do corpo
dramatiza-se a profusão das almas que torcem
a ação é irrepreensível
o momento é de doação
forças desnorteiam a raça de um trem.
 
A bola é real e atravessa o mundo
e os lutadores inflam-se de barbatanas negras
a agonia é bruta o instante é teatral 
antecipa-se a dualidade do vôo do bumerangue
decifra-se a nudez do eco do peito
o instável grito das gotas de sangue.
 
Por fim,
o filho parido às pressas
sobe feroz e secreto.
A visão ortogonal e sem definição
sobe explodindo o ar incluso de um pulmão
um gesto alto dos deuses
um forte brilho, uma emoção
uma viagem atômica no momento da arrebentação...
 
A fé é inquestionável
 resultado  compreensível.
No estádio emparedado, o grito ecoou...
 
Ouço o baque, o tiro, o epicentro
e o estampido pleno do gol.
 
O jogo é resultado da força que o sêmen jorrou.
 
A tela é o cerimonial da comemoração
o gol está grávido do gol
gol é gol
não importa se envelheci,
apenas resta o medo de saber de que lado permanece
a célula de quem o marcou...
 
Gol. Gol. Gol. Golllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllllll...
 
 

Segredos antigos


Feliz aquele que vence o egoísmo, alcança a paz e encontra a verdade. A verdade liberta-nos do mal; não há no mundo libertador igual. Confia na verdade, mesmo que não sejais capazes de compreendê-la, mesmo que no começo vos pareça amarga a sua doçura. [Buda].


Os mistérios da antiguidade
serão espelhados numa poesia.
Palavras, crenças, dúvidas, perigos,
doenças e morte:
são os enigmas da antiguidade
preservados pela maçonaria.

Imagens do Egito velho
refletem-se nas pedras mais primitivas,
em soberbas esfinges
ou nas passagens ocultas do evangelho.

Tocá-las é sentir a presença de Deus,
petrificar-se na inspiração do templos
e compreender as palavras perdidas dos hebreus.

O essencial é o ponto.
O misterioso, enfático e sombrio
é o confronto.
O brilho do meio-dia é a linha.
O impenetrável segredo
é o perfume do néctar da vinha.
O equilíbrio é a superfície,
 o profundo mecanismo do compasso.

Com o esquadro justo
o sólido é o próximo passo:
é o decifrar da magia!
Mesmo que nada digo,
tudo é magnífico e absoluto:
“os quatro princípios da maçonaria”.

O canto que vem dos deuses,
julgo-te belo.
Meu orgulho é polir rochedos antigos...

O sentimento que vem da pedra,
julgo-te um castelo.
Minha verdade é a clausura dos inimigos...

A eternidade é clara como um palco!

O sussurro da palavra sagrada
transforma a pedra em talco.
A luz da gnose lapida a melodia,
os pilares da cabala iluminam a maçonaria.

Pelo caminho da própria morte
regressamos à vida e ao sentimento.
Pelos escombros do nosso templo
construímos irmãos e o perfeito ensinamento.

Oh! Mestres...
Vistam-se de antigos segredos
ao clarão do princípio da luz.

Iniciem-se no ciclo do tempo
e busquem os verdadeiros segredos perdidos
que a história conduz...

O justo e o perfeito estará na consciência, sob o capuz?


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