UNIVERSO DE LETRAS

UNIVERSO DE LETRAS
Teatro das cores iniciais. A VIDA escapa da morte na beirada do caos.

domingo, 25 de setembro de 2011

MUSAS


Ela sorri enfeitada como fada
Lança fama aos céus como labaredas de vulcão.
Ela chora e dança indomável pelo infinito
Abre asas ao tempo estranha tentação...

E o gosto intenso de sua oral intimidade
Beija a nudez clara e corpórea da sua encantada felicidade.
Elejo o mundo magnífico ilógico
O aroma das rotas paralelas dispersa ou difusa
O poder enjeitada do brilho da velha musa.
Quando a lágrima pintada deita sem razão
O amor relampeja ao limiar da perfeição.

O que falta escrever digo à lua...

terça-feira, 6 de setembro de 2011

CACHOEIRA DE GUARÁ


CACHOEIRA DE GUARÁ

A velha cachoeira de Guará
marcou passo a passo
o compasso
e a espera
das minha ingênuas primaveras.

Nas pedras lavadas
do rancho
deserto
o certo e o incerto
sombreavam-se
no desenho das águas.

Minha juventude ainda dorme
em busca dos meus sonhos
de menino.
Minha velhice ainda conspira
com os fantasmas da represa
em suas imagens certeiras:
do Peixe na telha
e da mandioca frita
 na sombra do Dourado fisgado no anzol.
Deslizam-me os pensamentos
sobre as tarrafadas no final da tarde
onde nossos corpos queimavam-se ao sol.

Enquanto isso as águas frias do rio Sapucaí
banhavam a beleza da rica piracema...
E neste filme de antigas cenas
sobre Guará e suas telas serenas,
sinto saudades dos amigos,
apenas!

as sombras são claras

Toda sombra é pura. Vive numa linguagem direta, escura e fria. Ela está no meio da floresta, no meio da fogueira e na intensidade da estrutura. O sorriso das coisas está colocado no plural de suas próprias sombras... as águas do rio corrente são indefinidas e raras e por elas escorrem minhas sombras tão claras onde vazam por entre meus dedos poemas quentes e verdadeiros. Meus pensamentos são como setas certeiras vagando luzes por trevas escuras e sombrias. Sombras me acompanham fielmente belas.

sábado, 3 de setembro de 2011

PALAVRAS INCOMPLETAS


PALAVRAS INCOMPLETAS

O limiar do poema alcança o coração de cada um de nós
voa entre montanhas
voa pra mim
e agora vai mais longe...
faz morada no seu sentimento.

Abrem-se as portas, as janelas e os olhos
e a poesia vai perseguindo distâncias
abandonando cidades desertas
e agora, com a mente completamente aberta
desperta
entre as estrelas da eternidade do fim.

Rangem-se os dentes,
 escrita  perfeita desde o princípio dos tempos.

O homem mais bruto teve sua origem
vasculhando princípios
perpetuando raízes
justificando  a invisibilidade das palavras,
 valor da existência de cada um de nós.

Sinto no ar a rugosidade das palavras escritas
adentra meu ser
aguça minha percepção
e a sensibilidade da minha alma.

As palavras vieram para mim
na evidência da confluência
dos universos paralelos
sobreviveram as rimas,
os versos singelos
e os encantamentos
das belezas das atrizes e das obras-primas.

Em meu peito uma aflição
debruçada no tempo
como o feto que desesperadamente quer nascer no solo quente
úmido
e a liberdade é alcançada no acaso.

Distraio-me às vezes olhando os ponteiros do relógio
a lua sublinha sempre o grande movimento
e da caneta escapam versos
 detonam cores do espectro universal.



Meus lábios regem os elementos
sangram poemas pelos cantos da boca,
inexplicáveis temas
tudo que falta ainda dizer
enigmas e matérias em  forma teatral.

Tento ainda num gesto brusco
derrubar o silêncio
modificar a magia que emana das formas existentes.

Será que as próximas perfeitas gerações
escreverão o texto que nunca termina
ou concluirão o poema
ou distribuirão emoções
e através dos próprios fragmentos,
crônicas, idéias e declarações,
irão completar o poema da vida?

O que falta ainda dizer está no polimento das pedras...