Quero a verbalização do momento, o difuso do lírico e a semântica das palavras. Não preciso materializar a linguagem nem entender a ausência dos fatos, mas tecer um breve inventário de sentimentos do que me esvazia a alma e da totalidade das poesias do universo. Os elementos são claros, a penumbra que se transforma em metáfora é o que me faz mais lúcido e o enigma no entorno do poema é que me faz caminhar rumo ao futuro...Quero mais que isso, escrever poesias...
UNIVERSO DE LETRAS
sábado, 21 de julho de 2012
A FACE INVISÍVEL
A FACE INVISÍVEL
Há excesso de liberdade no limiar dos sonhos…
Ao homem falta objetividade de conduta,
e permeia vedação ou barricada em seu espírito de luta.
A alma deseja estar livre…
Mas o corpo come pelas beiradas e filma vidas escravizadas, registra almas infernizadas.
Segue na rotina…
Sendo carregado pelo desejo da felicidade irreal
O espírito ganha o corpo do animal.
Dos purulentos das grades ou
daqueles que nem chegam ao final.
Não existem. Estão presos aos buracos superficiais.
Sugando espaços e formando desertos,
criando rumos incertos em seus indomáveis corações…
Não te iludas oh! liberdade.
Esses, irão se matar como poucos…
Nem ouvirão os cânticos de luta universal.
Nem ganharão presentes no natal…
Não haverá, portanto, esperança para os loucos.
Não haverá perdão aos roucos…tresloucados assassinos…
Nem haverá mais meninos!
wildon lopes
22/07/2012
A GRANDE OBRA DO HOMEM
A GRANDE OBRA DO HOMEM
“Torre de Titãs- Torres caídas, a obra dos gigantes, os construtores, esvaídos. Geada caia sobre os portões das torres, geada sobre a argamassa.” (Verso elegíaco de A Ruína, em inglês antigo)...;...fragmentos, ruínas e relíquias de civilizações arcaicas estão cheios de insinuações de uma era incrivelmente remota, quando raças gigantescas de grande beleza e sabedoria profunda dominavam a Terra antediluviana no meio de cidades titânicas e torres ciclópicas. Tradições difundidas e consistentes localizam os centros dessas culturas pré-históricas nas regiões da Atlântida, Hiperbórea e de Shambhala, que se encontrariam no Oceano Atlântico, na Europa Setentrional e no deserto Gobi na Ásia, respectivamente. Os vestígios desgastados das civilizações perdidas estão supostamente ocultos nas profundezas oceânicas, embaixo das areias cambiantes do deserto ou sepultados sob milhares de camadas de gelo polar. Com o aquecimento global, quem sabe o que a vastidão glacial das calotas polares irá revelar no futuro.” (OS PILARES DE TUBALCAIM- Michael Howard e Nigel Jackson – pg.49-50- Madras Editora)
O Homem conquista
a obra universal
e o mágico momento
do hermético sentimento
fraternal.
Somente cérebros de raras espécimes
constroem as mais belas sinfonias
em seu estado mais sólido.
E espíritos elementares
iluminando as terras do fogo sagrado,
guardam galáxias, sopram perfumes,
oferecem aos neófitos e profanos impunes,
a maior obra que se possa obter:
o reino, a justiça, a sabedoria e o poder.
“Anjo de olhos mortos, obedece, ou escorre-te com esta água santa. Touro alado, trabalha ou volta à terra, se não queres que te aguilhoe com esta espada. Águia acorrentada, obedece a este signo, ou retira-te diante deste sopro. Serpente móvel, arrasta-te a meus pés, ou sê atormentada pelo fogo sagrado e evapora-te com os perfumes que queimo nele. Que a água volte a água; que o fogo queime; que o ar circule; que a terra caia na terra, pela virtude do pentagrama, que é a estrela da manhã, e em nome do tetragrama, que está escrito no centro da cruz luminosa. Amém.”(Oração dos Gnomos-Conjuração pelos quatro elementos- DOGMA E RITUAL DA ALTA MAGIA – ÉLIPHAS LÉVI – Oração dos Gnomos –pg.268 – Editora Pensamento)
O Homem conquista
os lugares impossíveis
pensamentos imprevisíveis
o que ainda está pra nascer
o inverso do princípio
e o amplo vazio da independência.
Ele adquire asas e voa sem alardes pelas cidades...
Separa a terra do fogo,
dos dogmas, a falsidade.
Viaja sem volta
equilibra-se na liberdade ou no sofrimento
inspira-se no justo e no absoluto
lapida-se na pedra
e canta o canto que eu escuto...
Assim o mestre dos mestres
adquire a ciência dos quatro elementos
agarra a memória perdida
decifra a magia da cruz
patrulha o místico mistério da luz
e vasculha o segredo do seu próprio silêncio.
Assim sonha no espelho das profundezas marinhas,
intermináveis viagens,
poesia ternária e segredo inesperado...
a chave clara de como o mundo foi criado!
E pontadas de fogo pulsam no meu sangue,
e mistérios antigos atravessam-me, feito vôo de bumerangue.
Pés voltados para os céus,
imploram pelos iniciados
o instante da morte e do renascimento...
Esta é a engrenagem do tempo,
a lapidação calculada e o espanto do momento...
A tortura imortal,
os vícios tolerados e contidos,
o “cântico dos cânticos” e seu velho ritual.
Ainda sob a força do fogo
queimando em brasas meu coração,
o corpo se liquefaz
perdendo-me, gasoso, em rara visão
libertando-me, sábio, em plena Inquisição.
O que me queima por cima
é o que te cega por baixo...
O silêncio da explosão anuncia
a primeira iniciação da vida:
As escrituras sagradas!
Do alto da pira arredia
revela a secreta fonética poesia:
O T do Trabalho e Ternário
O R de Realização e Ritual
O A de Adaptação e Alquimia.
O que mais quero saber do mundo
senão transpor o torto caminho
e achar-te, completa Liberdade?
O que os Mestres nos dizem tampouco,
boca a boca, a nos guiar pelos ventos,
dentre o doce e o amargo dos tempos,
senão encher nossa alma de Verdade?
A Obra já nasceu escrita:
todo homem prometido e conjurado
toda a vida, todo o Alfabeto Sagrado,
o sonho do acontecimento
a morte do crucificado
a Grande Obra do Templo, o reconhecimento,
o indecifrável infinito ameaçado.
Minha espada flameja
folhas de luz em meus pés que ardem
oferendas ao dragão da árvore da serpente.
Cava-se no chão um buraco
Reflete-se a estrela cadente... ninguém aplaude, ninguém sente!
“somente a sabedoria será a matéria-prima para a conquista de um mundo verdadeiramente diferente”
Wildon Lopes
sábado, 3 de março de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
GUARÁ - DA AVE AO LOBO
GUARÁ – O VÔO DA AVE NA VELOCIDADE DO LOBO
Guará,
nasceu ao lado de uma lagoa feia
onde o universo iluminava a noite sombria
e por entre estrelas cadentes
transitavam aves raras de asas claras...
Aves e lobos mesclavam-se com poder absoluto
espontâneos e líricos como magia,
onde o silencio da noite anunciava o novo dia.
Homens que vieram das Minas gerais
caminhavam lentamente pelos córregos e cerrados.
Desbravavam as terras de Laje...
Somente o Sol ao fundo
aquecia-os, compenetrados,
trabalhando silenciosamente em sua futura vernissage:
a estação Ferroviária.
Assim nascia a minha cidade
incompreendida sobre as terras planas
heroica entre segredos e caravanas,
desnudada
pelo progresso da Companhia Mogiana...
Devagarinho
o céu foi refletindo a nova vida
e os peixes foram habitando o novo mundo.
Desenvolvimento, progresso, governo,
e povo...
Descobriu-se que a cidade empinava suas asas na velocidade de um lobo.
Minha cidade já era uma lagoa gigante
e já abraçava os mares, sua s fortalezas e seus montes.
Minha cidade já estava no mapa
e a sua história já era contada pelos viajantes.
Silenciosamente
como a música procurando movimentos
e dissonantes,
como os anjos cantando sonhos e serenatas,
como a leveza das folhas, das copas, das árvores mais altas...
Cidade que aperto no peito
histórias que escrevo ao mundo
aves que a sobrevoam e que me comovem
e lembranças que flutuam em minha memória refletidas do meu próprio jeito.
Essa cidade que silenciosamente eu vejo no ponto norte do mapa,
essa, das estrelas que caíram em suas águas mansas,
guarda meu íntimo mistério
desde o tempo em que estou mais velho.
Guarda segredos do rio Sapucaí
e lembranças lavadas pelas correntezas.
Naquelas águas mansas,
todas as sutilezas dali.
Ou mais que minha própria vida,
para as entranhas de outros continentes.
Ou mais que o espírito dos homens,
reciclados, artistas de novos inventos,
percorro e morro reencontrando-te,
Guará,
a cidade nascida e criada pela bandeira dos quatro elementos.
Sei que você não é totalmente minha,
mas como pode uma simples lagoa
guardar bem no fundo em seu velho baú
toda a relíquia de minha infância?
Todos os sonhos das nossas crianças
e os segredos dos profetas que cantam nas tuas estâncias?
E o cheiro que sinto dos lobos?
E o desenho longínquo do voo das aves?
Ainda restam as estórias dos velhos que habitavam tuas praças...
Será que a cidade espera mais mil anos, silenciosa, em sua magnificência?
A noite, a cidade embriaga seus moradores
a bailar pelas ruas aromáticas
percorrendo passeios infinitos...
Guará abriu as portas ao novo mundo
e já não vejo o rastro daquela velha lagoa.
Aguarda pacientemente pela saudade de seus filhos
mesmo daqueles que estão em outros distantes mundos...
Qualquer casa de tuas ruas poderá
abrigar-me sempre,
e para sempre em tua geografia,
pelo longo caminho da minha rua
pela beleza do teu céu estrelado
onde a vida, as profecias e a natureza
passam velozmente
e nossas lembranças passam ao lado...
Guará
Ainda não sei nada das tuas entranhas
mas escuto-te e sinto-te
todas as manhãs...
Esculpo-te feito escultura
como se desbastasse lascas de pedra
e te fizesse inteira,
numa linda pintura.
Esculpo-te noite e dia
como se cada casa tua,
filho, cidadão ou amigos dos bancos da praça,
perfilassem palavras, lirismo e magia
e que completassem com graça
esta silenciosa poesia.
Guará
Não me atrevo a escalar teus muros
ou imaginar as páginas do teu futuro.
Não arrisco a decifrar teus sonhos
A escrever histórias de teus enigmas...
Prefiro no entanto
guardar-te em meu peito
do meu próprio jeito
e por muitos séculos...
Prefiro antes,
em meu divã
morrer com sabedoria
carregar minhas utopias
antes que alguma coisa mude no universo.
E deixar-te imprevisível
desafiando
as regras da incerteza.
O que faz o filho sonhar além do sonhos dos seus pais?
Porque só haverá paz entre os que nasceram por lá...
Porque apenas quem viveu Guará
Sabe que no fundo de uma lagoa
uma ave que e um lobo sempre haverá...
O mundo não é nada
na eternidade
apenas o desenho do vôo da ave
reflete a vida que acontece
em nossa cidade.
Wildon-20/01/2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Pássaros sobre águas azuis
Eu vejo o vôo mais lindo no horizonte
e o silêncio do cheque-mate do rei,
e amo o rasante onde reina a paz
por quantas vezes te admirei
por quanto tempo te esperei
até chegar a calma noite a me acenar cansaço...
Até que a vida andasse pelas trilhas a rasgar corações
furtar emoções, e despencar sobre as ondas
as mais belas canções
das nascentes, recantos, raios de sol e fechasse o dia
como se o destino escorregasse a escuridão entre as frestas de uma longínqua viagem.
Minha embarcação esquiva-se
sobre a beleza absoluta do teu seio azul
apenas o retrato do tempo
a extensão de uma pintura intacta
apenas o balanço da lancha
e a sinfonia do sopro do vento
me levam ao destino final.
A noite é o avesso dos meus ocultos desejos
se a lua vem morar comigo
ofusca o brilho dos teus beijos.
Porque nunca haverá felicidade
para aquele que não amar o vôo dos pássaros sobre as águas azuis...
Porque nunca haverá paz
para quem naufragar sem o segredo do canto dos golfinhos...
Quem ousará apagar a luz estendida sobre o horizonte marinho?
Haverá naufrágios sem sofrimento?
ou medo, fervores, tormento, alucinações, sem arrependimento?
O mar infinito transborda encanto sobre os meus conflitos...
Minha alma está mais calma agora!
e o silêncio do cheque-mate do rei,
e amo o rasante onde reina a paz
por quantas vezes te admirei
por quanto tempo te esperei
até chegar a calma noite a me acenar cansaço...
Até que a vida andasse pelas trilhas a rasgar corações
furtar emoções, e despencar sobre as ondas
as mais belas canções
das nascentes, recantos, raios de sol e fechasse o dia
como se o destino escorregasse a escuridão entre as frestas de uma longínqua viagem.
Minha embarcação esquiva-se
sobre a beleza absoluta do teu seio azul
apenas o retrato do tempo
a extensão de uma pintura intacta
apenas o balanço da lancha
e a sinfonia do sopro do vento
me levam ao destino final.
A noite é o avesso dos meus ocultos desejos
se a lua vem morar comigo
ofusca o brilho dos teus beijos.
Porque nunca haverá felicidade
para aquele que não amar o vôo dos pássaros sobre as águas azuis...
Porque nunca haverá paz
para quem naufragar sem o segredo do canto dos golfinhos...
Quem ousará apagar a luz estendida sobre o horizonte marinho?
Haverá naufrágios sem sofrimento?
ou medo, fervores, tormento, alucinações, sem arrependimento?
O mar infinito transborda encanto sobre os meus conflitos...
Minha alma está mais calma agora!
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