UNIVERSO DE LETRAS

UNIVERSO DE LETRAS
Teatro das cores iniciais. A VIDA escapa da morte na beirada do caos.

domingo, 15 de maio de 2016

ILHA DOS SONHOS- ILHABELA

Ilha dos Sonhos


Esse quadro quem pintou não fui eu,
a ilha já nasceu bela
e ninguém percebeu.

A vida acontece
o mar amanhece
os veleiros buscam sorrisos entre ventos narcisos
e a pintura permanece.

Assim não preciso expressar
palavras
falo de sentimentos
do horizonte sem margens
das visões e sonhos,
da língua travada dos golfinhos ao vento...

Invento o dialeto local
a canção e o portinho
converso comigo mesmo,
sozinho...
meu poema predileto!

Sumir pelas entranhas da ilha dos sonhos
é como descobrir meu próprios segredos
encalacrados.

avienlyw










sexta-feira, 25 de abril de 2014

BORBULHAS DE AMOR

BOLHAS Sub.: " VIDA E MORTE COM PRAZER" ______________________________ Nascem minúsculas Ágeis, sinistras. Instantaneamente sobem pelas paredes espumosas de um copo delgado - sobem-no velozmente. Felismente! Quanto mais espumantes, mais charmosas. Bolhas que trazem consigo, aromas diferentes, bolhas que transbordam-se na superfície: o mais curto caminho... São muitas! São milhares. E, por um instante, inteligentes, transparentes embriagadas pelo carinho dos lábios reticentes... São almas vivas exalando o crepúsculo do vinho. Encha o copo! Elegantemente, crepitante, espumante. Tome um pequeno gole, suavemente fumarola de borbulhas que se elevam e se desmancham num vai-e-vem constante calmamente e velozmente lançam no ar milhares de gotinhas douradas, carbonatadas, francesas... São inúmeras a suas franjas enfileiradas e douradas, douradas, douradas, douradas... brilhantes e douradas. Elas nascem, vivem e morrem instantaneamente... só para o nosso prazer. É a química liquefeita do verbo morrer e o glamour das celebrações ao anoitecer. As bolhas exalam-se na ascensão e no colapso com suas moléculas líquidas e agregadas. Bolhas que fogem do ninho geometricamente, teoremas, espumas, dunas, feito gás ou pensamento, "saem de fininho" e correm tão rápido- feito uma nave incandescente, louca e docemente projetada que vem liberar seus aromas e morrer dentro da nossa boca. Bolhas aromáticas enigmáticas centenas estrelas que estouram por segundo... Bolhas aquosas, ligeiramente ácidas. Bolhas charmosas borrifando-se pelos ares do mundo. Bolhas em gotas, gotas de amor. Bolhas opostas que molham nossos lábios e conectam-se em anéis - collerette - topcoat em flute cheio encantam-se os fiéis com seu recheio. Bolhas em sonhos, sonhos de amor. Bolhas apaixonadas que iludem-se ao glamour dos sábios. Bolhas miraculosas mais rápidas que o pensamento bolhas que exaltam em nossa alegria todo o borbulhar do esquecimento. Bolhas flutuantes -câmaras de ar - procuro sempre em seu estouro um sublime perfume - um paladar. Mas há sempre quem ganhe Guarde seu segredos na simplicidade e no frescor ou na sua intangível irreverência, na lembrança de quem perde... na presença de quem ganhe... a explosão e o explendor de um copo de champanhe! AVIENLYW - (15/2/2003)

sábado, 21 de julho de 2012

A FACE INVISÍVEL

A FACE INVISÍVEL Há excesso de liberdade no limiar dos sonhos… Ao homem falta objetividade de conduta, e permeia vedação ou barricada em seu espírito de luta. A alma deseja estar livre… Mas o corpo come pelas beiradas e filma vidas escravizadas, registra almas infernizadas. Segue na rotina… Sendo carregado pelo desejo da felicidade irreal O espírito ganha o corpo do animal. Dos purulentos das grades ou daqueles que nem chegam ao final. Não existem. Estão presos aos buracos superficiais. Sugando espaços e formando desertos, criando rumos incertos em seus indomáveis corações… Não te iludas oh! liberdade. Esses, irão se matar como poucos… Nem ouvirão os cânticos de luta universal. Nem ganharão presentes no natal… Não haverá, portanto, esperança para os loucos. Não haverá perdão aos roucos…tresloucados assassinos… Nem haverá mais meninos! wildon lopes 22/07/2012

A GRANDE OBRA DO HOMEM

A GRANDE OBRA DO HOMEM “Torre de Titãs- Torres caídas, a obra dos gigantes, os construtores, esvaídos. Geada caia sobre os portões das torres, geada sobre a argamassa.” (Verso elegíaco de A Ruína, em inglês antigo)...;...fragmentos, ruínas e relíquias de civilizações arcaicas estão cheios de insinuações de uma era incrivelmente remota, quando raças gigantescas de grande beleza e sabedoria profunda dominavam a Terra antediluviana no meio de cidades titânicas e torres ciclópicas. Tradições difundidas e consistentes localizam os centros dessas culturas pré-históricas nas regiões da Atlântida, Hiperbórea e de Shambhala, que se encontrariam no Oceano Atlântico, na Europa Setentrional e no deserto Gobi na Ásia, respectivamente. Os vestígios desgastados das civilizações perdidas estão supostamente ocultos nas profundezas oceânicas, embaixo das areias cambiantes do deserto ou sepultados sob milhares de camadas de gelo polar. Com o aquecimento global, quem sabe o que a vastidão glacial das calotas polares irá revelar no futuro.” (OS PILARES DE TUBALCAIM- Michael Howard e Nigel Jackson – pg.49-50- Madras Editora) O Homem conquista a obra universal e o mágico momento do hermético sentimento fraternal. Somente cérebros de raras espécimes constroem as mais belas sinfonias em seu estado mais sólido. E espíritos elementares iluminando as terras do fogo sagrado, guardam galáxias, sopram perfumes, oferecem aos neófitos e profanos impunes, a maior obra que se possa obter: o reino, a justiça, a sabedoria e o poder. “Anjo de olhos mortos, obedece, ou escorre-te com esta água santa. Touro alado, trabalha ou volta à terra, se não queres que te aguilhoe com esta espada. Águia acorrentada, obedece a este signo, ou retira-te diante deste sopro. Serpente móvel, arrasta-te a meus pés, ou sê atormentada pelo fogo sagrado e evapora-te com os perfumes que queimo nele. Que a água volte a água; que o fogo queime; que o ar circule; que a terra caia na terra, pela virtude do pentagrama, que é a estrela da manhã, e em nome do tetragrama, que está escrito no centro da cruz luminosa. Amém.”(Oração dos Gnomos-Conjuração pelos quatro elementos- DOGMA E RITUAL DA ALTA MAGIA – ÉLIPHAS LÉVI – Oração dos Gnomos –pg.268 – Editora Pensamento) O Homem conquista os lugares impossíveis pensamentos imprevisíveis o que ainda está pra nascer o inverso do princípio e o amplo vazio da independência. Ele adquire asas e voa sem alardes pelas cidades... Separa a terra do fogo, dos dogmas, a falsidade. Viaja sem volta equilibra-se na liberdade ou no sofrimento inspira-se no justo e no absoluto lapida-se na pedra e canta o canto que eu escuto... Assim o mestre dos mestres adquire a ciência dos quatro elementos agarra a memória perdida decifra a magia da cruz patrulha o místico mistério da luz e vasculha o segredo do seu próprio silêncio. Assim sonha no espelho das profundezas marinhas, intermináveis viagens, poesia ternária e segredo inesperado... a chave clara de como o mundo foi criado! E pontadas de fogo pulsam no meu sangue, e mistérios antigos atravessam-me, feito vôo de bumerangue. Pés voltados para os céus, imploram pelos iniciados o instante da morte e do renascimento... Esta é a engrenagem do tempo, a lapidação calculada e o espanto do momento... A tortura imortal, os vícios tolerados e contidos, o “cântico dos cânticos” e seu velho ritual. Ainda sob a força do fogo queimando em brasas meu coração, o corpo se liquefaz perdendo-me, gasoso, em rara visão libertando-me, sábio, em plena Inquisição. O que me queima por cima é o que te cega por baixo... O silêncio da explosão anuncia a primeira iniciação da vida: As escrituras sagradas! Do alto da pira arredia revela a secreta fonética poesia: O T do Trabalho e Ternário O R de Realização e Ritual O A de Adaptação e Alquimia. O que mais quero saber do mundo senão transpor o torto caminho e achar-te, completa Liberdade? O que os Mestres nos dizem tampouco, boca a boca, a nos guiar pelos ventos, dentre o doce e o amargo dos tempos, senão encher nossa alma de Verdade? A Obra já nasceu escrita: todo homem prometido e conjurado toda a vida, todo o Alfabeto Sagrado, o sonho do acontecimento a morte do crucificado a Grande Obra do Templo, o reconhecimento, o indecifrável infinito ameaçado. Minha espada flameja folhas de luz em meus pés que ardem oferendas ao dragão da árvore da serpente. Cava-se no chão um buraco Reflete-se a estrela cadente... ninguém aplaude, ninguém sente! “somente a sabedoria será a matéria-prima para a conquista de um mundo verdadeiramente diferente”
Wildon Lopes

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

GUARÁ - DA AVE AO LOBO


GUARÁ – O VÔO DA AVE NA VELOCIDADE DO LOBO

Guará,
nasceu ao lado de uma lagoa feia
onde o universo iluminava a noite sombria
e por  entre estrelas cadentes
transitavam aves raras de asas claras...
Aves e lobos mesclavam-se com poder absoluto
espontâneos e líricos como magia,
onde o silencio da noite anunciava o novo dia.

Homens que vieram das Minas gerais
caminhavam lentamente pelos córregos e cerrados.
Desbravavam as terras de Laje...
Somente o Sol ao fundo
aquecia-os, compenetrados,
trabalhando silenciosamente em sua futura vernissage:
a estação Ferroviária.

Assim nascia a minha cidade
incompreendida sobre as terras planas
heroica entre segredos e caravanas,
desnudada
pelo progresso da Companhia Mogiana...

Devagarinho
o céu foi refletindo a nova vida
e os peixes  foram habitando o novo mundo.

Desenvolvimento, progresso, governo,
e povo...
Descobriu-se que a cidade empinava suas asas na velocidade de um lobo.

Minha cidade já era uma lagoa gigante
e já abraçava os mares, sua s fortalezas e seus montes.
Minha cidade já estava no mapa
e a sua história já era contada pelos viajantes.
Silenciosamente
como a música procurando movimentos
e dissonantes,
como os anjos cantando sonhos e serenatas,
como a leveza das folhas, das copas, das árvores mais altas...

Cidade que aperto no peito
histórias que escrevo ao mundo
aves que a sobrevoam e que me comovem
e lembranças que flutuam em minha memória refletidas do meu próprio jeito.

Essa cidade que silenciosamente eu vejo no ponto norte do mapa,
essa, das estrelas que caíram em suas águas mansas,
guarda meu íntimo mistério
desde o tempo em que estou mais velho.

Guarda segredos do rio Sapucaí
e lembranças lavadas pelas correntezas.
Naquelas águas mansas,
todas as sutilezas dali.

Ou mais que minha própria vida,
para as entranhas de outros continentes.
Ou mais que o espírito dos homens,
reciclados, artistas de novos inventos,
percorro e morro reencontrando-te,
Guará,
a cidade nascida e criada pela bandeira dos quatro elementos.


Sei que você não é totalmente minha,
mas como pode uma simples lagoa
guardar bem no fundo em seu velho baú
toda a relíquia de minha infância?
Todos os sonhos das nossas crianças
e os segredos dos profetas que cantam nas tuas estâncias?

E o cheiro que sinto dos lobos?
E o desenho longínquo do voo das aves?
Ainda restam as estórias dos velhos que habitavam tuas praças...

Será que a cidade espera mais mil anos, silenciosa, em sua magnificência?

A noite, a cidade  embriaga seus moradores
a bailar pelas ruas aromáticas
percorrendo passeios infinitos...


Guará abriu as portas ao novo mundo
e já não vejo o rastro daquela velha lagoa.

Aguarda pacientemente pela saudade de seus filhos
mesmo daqueles que estão em outros distantes mundos...

Qualquer casa de tuas ruas poderá
abrigar-me sempre,
e para sempre em tua geografia,
pelo longo caminho da minha rua
pela beleza do teu céu estrelado
onde a vida, as profecias e a natureza
passam velozmente
e nossas lembranças passam ao lado...


Guará
Ainda não sei nada das tuas entranhas
mas escuto-te e sinto-te
todas as manhãs...
Esculpo-te feito escultura
como se desbastasse lascas de pedra
e te fizesse inteira,
numa linda pintura.

Esculpo-te noite e dia
como se cada casa tua,
filho, cidadão ou amigos dos bancos da praça,
perfilassem palavras, lirismo e magia
e que completassem com graça
esta silenciosa poesia.

Guará
Não me atrevo a escalar teus muros
ou imaginar as páginas do teu futuro.
Não arrisco a decifrar teus sonhos
A escrever histórias de teus enigmas...

Prefiro no entanto
guardar-te em meu peito
do meu próprio jeito
e por muitos séculos...

Prefiro antes,
em meu divã
morrer com sabedoria
carregar minhas utopias
antes que alguma coisa mude no universo.

E deixar-te imprevisível
desafiando
as regras da incerteza.

O que faz o filho sonhar além do sonhos dos seus pais?

Porque só haverá paz entre os que nasceram por lá...

Porque apenas quem viveu Guará
Sabe que no fundo de uma lagoa
uma ave que e um lobo sempre haverá...

O mundo não é nada
na eternidade
apenas o desenho do vôo da ave
reflete a vida que acontece
em nossa cidade.















Wildon-20/01/2012








quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pássaros sobre águas azuis

Eu vejo o vôo mais lindo no horizonte
e o silêncio do cheque-mate do rei,
e amo o rasante onde reina a paz
por quantas vezes te admirei 
por quanto tempo te esperei
até chegar a calma noite a me acenar cansaço...
Até que a vida andasse pelas trilhas a rasgar corações
furtar emoções, e despencar sobre as ondas
as mais belas canções
das nascentes, recantos, raios de sol e fechasse o dia
como se o destino escorregasse a escuridão entre as frestas de uma longínqua viagem.
Minha embarcação esquiva-se
sobre a beleza absoluta do teu seio azul
apenas o retrato do tempo
a extensão de uma pintura intacta
apenas o balanço da lancha
e a sinfonia do sopro do vento
me levam ao destino final.
A noite é o avesso dos meus ocultos desejos
se a lua vem morar comigo
ofusca o brilho dos teus beijos.
Porque nunca haverá felicidade
para aquele que não amar o vôo dos pássaros sobre as águas azuis...
Porque nunca haverá paz
para quem naufragar sem o segredo do canto dos golfinhos...
Quem ousará apagar a luz estendida sobre o horizonte marinho?
Haverá naufrágios sem sofrimento?
ou medo, fervores, tormento, alucinações, sem arrependimento?
O mar infinito transborda encanto sobre os meus conflitos...
Minha alma está mais calma agora!











sexta-feira, 7 de outubro de 2011

“MISTÉRIOS EM SEIS LADOS”

MAÇONARIA “MISTÉRIOS EM SEIS LADOS”

“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma.
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma.
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até o fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.”
Fernando Pessoa

A entrada no castelo da perfeição
não é feita por convite, pela beleza ou riqueza.
Há que se ter lapidação da alma
 
e do templo em construção.
O homem deve ser como a pedra polida
 
nascer bruto, multifacetado e instável
e buscar seu polimento na luz e na harmonia,
perceber as impressões sensoriais,
concluir o hexagrama da natureza
arquitetar seus detalhes
e desenvolver sua escultura em sangue, suor e pureza.
Como adentrar os mistérios do cubo de seis faces?
Como alcançar o elevado nível dos mestres da luz?
O universo não brinca no entorno das estrelas.
A união dos quatro elementos guarda toda a sabedoria,
a prudência da estrela de Davi
a prontidão do selo de Salomão
a perfeição das asas de Deus
a ligação do divino ao celeste,
este é o caminho difícil a ser trilhado noite e dia:
é o grande segredo da maçonaria.
O Grande Arquiteto respira seus incompreensíveis enigmas.
O lado ZERO, estagnado, o verbo sem palavras,
O lado UM, manifestado em sílabas desconexas
Heliocêntricas e periféricas.
Se não há resposta imediata, há polaridade no lado DOIS,
Se nada se sabe do segredo, o lado TRÊS,
eleva-nos aos degraus vazios
e revela a consciência do nosso medo.
As forças resultantes do direção do aprendiz e
do companheiro
interrogam e espantam nossos mestres,
o lado QUATRO:
é o momento da morte e da vida do homem verdadeiro.
Os pássaros estão maduros para um vôo mais profundo
e o lado CINCO
é a interação da verdade do homem com o mundo.
Não desvendamos sequer nosso primeiro instante,
a iniciação…
Mas o sábio já percorre o labirinto do tempo,
o lado SEIS,
a natureza vibratória do universo
a perfeição da natureza de cada ser
a física ilimitada dos anjos
a subida e a estrada já percorrida,
o mestre perfeito, o fim do medo
e o recomeço da vida.


domingo, 25 de setembro de 2011

MUSAS


Ela sorri enfeitada como fada
Lança fama aos céus como labaredas de vulcão.
Ela chora e dança indomável pelo infinito
Abre asas ao tempo estranha tentação...

E o gosto intenso de sua oral intimidade
Beija a nudez clara e corpórea da sua encantada felicidade.
Elejo o mundo magnífico ilógico
O aroma das rotas paralelas dispersa ou difusa
O poder enjeitada do brilho da velha musa.
Quando a lágrima pintada deita sem razão
O amor relampeja ao limiar da perfeição.

O que falta escrever digo à lua...